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Promovida pela Comissão de Proteção aos Direitos das Pessoas com Deficiência, a OAB-PA sediou, hoje à tarde, conferência que debate “Violência Sexual Contra a Pessoa com Deficiência e Vulneráveis – um Tema ainda Invisível”. Políticas públicas que insiram programas e ações de prevenção para combater essa problemática é o principal foco das discussões na ocasião.
Em razão da enorme demanda de público, as palestras foram ministradas no auditório Otávio Mendonça e no plenário Aldebaro Klautau, de maneira que todos os inscritos sejam contemplados. A advogada, psicóloga e mediadora judicial Arlene Mara de Sousa Dias proferiu a palestra “Infância, Deficiência e Vulnerabilidade: Efeitos Psicológicos da Violência Sexual”.
Graduada em Serviço Social e pós-graduada em Políticas Públicas e idealizadora do Projeto Girassol, Eugênia Fonseca proferiu a palestra “A experiência do Pro-Paz no atendimento à pessoa com deficiência”, que abriu o evento. Já a palestra “Como perceber que uma PCD foi violentada, formas de detectar e prevenir” foi ministrada pela psicóloga clínica e gestalt terapeuta Danieli de Lemos Pantoja.
Delegada da DEACA (Santa Casa), Rosângela da Costa Gouvea conduziu a palestra “A Violência Sexual Contra Pessoas Vulneráveis-Crianças, Adolescente e Pessoas com Deficiência”. “O Papel do Ministério Público nas situações de Violência Sexual contra Vulneráveis” foi tema da palestra ministrada pelo promotor Luiz Gustavo Quadros.
Sucesso
Para Gisele Costa, presidente da Comissão de Proteção aos Direitos das Pessoas com Deficiência da OAB-PA, a conferência foi excelente. “A violência sexual contra pessoa com deficiência e vulneráveis é quase invisível. Reconhecer a deficiência, às vezes, é difícil para alguns profissionais que não estão qualificados. Precisamos de políticas públicas para aprimorar esses profissionais e os pais e responsáveis dessas pessoas, para que eles reconheçam quando aconteceu a violência, o abuso”.
Na avaliação da advogada, o evento promovido hoje comprovou que as pessoas estão interessadas em conhecer e aprender a respeito dessa temática, que não é muito debatida na sociedade. “Fiquei muito feliz em ver o auditório e o plenário lotados. Algumas pessoas foram. Recebemos um público de mais de 400 pessoas”, comemorou, acrescentando que irá sugerir ao presidente da OAB-PA que articule junto ao presidente do Conselho Federal da OAB a realização de uma pesquisa “para vermos quantas pessoas com deficiência e vulneráveis foram abusadas ou sofreram algum tipo de violência”.
Gisele acredita que essa problemática ainda é considerada invisível por muitos pais que se recusam a admitir que seus filhos possuem alguma deficiência intelectual. “Então, no momento em que sofrem o abuso, esse fato não é informado na delegacia ou no hospital. Outra política pública que vamos tentar promover é fazer com que essa PCD e vulneráveis conheçam quando ocorre o abuso, quando alguém está tentando violentá-la”, evitando o isolamento social da PCD e vulneráveis.
Apoiado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da OAB-PA e pelo Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, o evento garantiu certificação de 10h de atividades complementares. A inscrição custou 1 kg de alimento não perecível, material que será doado ao Abrigo Especial Calabriano.
Fotos: Yan Fernandes