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Sinfônica Jovem Vale será destaque na inauguração do Casarão

foto2A apresentação promete ser de gala, inesquecível, pois marcante, à altura do evento de reinauguração do “Casarão da Trindade”, no dia 16 de setembro, prédio construído no final do século XIX, que abrigou a primeira Faculdade de Direito do Pará e que, desde 1984, é a sede da seccional paraense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PA). 

Serão setenta músicos da Orquestra Sinfônica Jovem Vale Música, sob o comando do maestro Miguel Campos Neto. Eles vão executar um repertório feito de oito peças eruditas, mesclando autorias de compositores nacionais, como Villa Lobos e Carlos Gomes, e estrangeiros, como Beethoven e Johann Strauss. Será uma apresentação de cerca de 50 minutos, “um programa que, tenho certeza, vai emocionar as pessoas que o assistirem”, afirmou Gilberto Chaves, diretor geral do Theatro da Paz e responsável pela direção artística do evento. A apresentação será ao ar livre, sobre palco montado na Praça Barão do Rio Branco, tendo o histórico casarão ao fundo. A programação do evento de reinauguração se iniciará às 18h.

Se o evento musical promete emoção, mais emocionados ficarão os presentes ao descobrirem a bela história de sucesso que acompanha a trajetória da Sinfônica Jovem Vale Música – sucesso não apenas por seus resultados musicais, mas, e especialmente, pelas conquistas sociais alcançadas pelas crianças e jovens que passam pelo projeto.

O projeto é tocado pela Fundação Amazônia de Música, dirigida pela professora Glória Caputo, 70 anos, com apoio da mineradora Vale. Tudo começou em maio de 2004, voltado à formação musical de crianças oriundas de escolas públicas, a partir dos 7 a 9 anos de idade. As primeiras cem vieram de uma seleção feita com o apoio da Fundação Papa João XXIII, entre crianças atendidas em projetos sociais da instituição, todas de famílias em situação de risco social.

foto1No início, as atividades aconteciam as terças e quintas-feiras, em salas improvisadas nos espaços de uma casa de recepção dirigida por Glória Caputo. Hoje, quase trezentas crianças e jovens participam do projeto, setenta deles integrando a orquestra sinfônica. Ao longo dos onze anos do projeto, mais de três mil crianças e jovens já passaram por lá.

Etapas – O processo de formação é longo, uma exigência comum às atividades que buscam a excelência, como a música. Para chegar à orquestra sinfônica, a etapa final do projeto, os participantes passam por duas etapas anteriores.

“Ao entrarem no projeto, na faixa de 7 a 9 anos, as crianças são iniciadas em atividades de socialização, musicalização, elas exercitam a disciplina, a concentração e a percepção, desenvolvem a coordenação motora. Isso é fundamental para ajudar a identificar nelas a aptidão para a música”, explicou a professora Glória Caputo.

Numa segunda etapa, aquelas identificadas com aptidão iniciam o processo de formação musical, com atividades individuais, em um período que varia de acordo com o desenvolvimento de cada estudante. Na terceira etapa, a orquestra sinfônica, quando passam a receber uma bolsa de estudo no valor de R$ 450,00. Eles deixam o projeto ao completarem 23 anos, a maioria deles já profissionalizada. E os resultados impressionam e emocionam a própria coordenadora do projeto.

Resultados - “Quando o projeto foi iniciado, eu não poderia imaginar os desdobramentos que alcançamos ao longo desses anos, pois os resultados estão bem acima do que imaginávamos”, avaliou ela. E, orgulhosa, citou alguns desses resultados do projeto, como os mais de sessenta alunos ou ex-alunos que ingressaram no curso de Música da Universidade do Estado do Pará (UEPA) ou de outras academias.

"Temos uma aluna que foi aprovada em quarto lugar em concurso nacional da Marinha do Brasil, dois ex-alunos que integram a banda marcial da 8ª Região Militar do Exército, sete outros que já são professores de música em escolas públicas ou em projetos sociais", citou a professora Glória Caputo. E ainda há o caso de uma ex-aluna que hoje faz Bacharelado em Violoncelo na Universidade Southern Mississipi, nos Estados Unidos.

Semelhante orgulho ela demonstra ao afirmar que nada menos que trinta alunos ou ex-alunos do projeto são, hoje, membros efetivos da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz. Já profissionalizados, estão legalmente contratados e remunerados com dignidade.

"Realmente, o projeto da professora Caputo é a grande fornalha para a formação de profissionais para a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz ", confirmou o Gilberto Chaves, diretor geral do teatro.

Preocupação - Mas, nas últimas semanas, preocupações com o presente e o futuro do mais importante projeto social de formação de músicos no Pará se somam ao cotidiano de trabalho da professora Caputo.

ArKYUjlqWaDDjJUlOuW85x4t8l6R Itm7ZRiPMdtgEGM"Fui informada de que o apoio que mantém nosso projeto poderá ser suspenso, encerrado", afirmou ela, sem conseguir disfarçar a emoção. "Sem apoio, não terei como manter o projeto, terei que fechar as portas", disse. As razões apresentadas pela mineradora que patrocina o projeto estão associadas à crise econômica em que o Brasil se encontra.

Mas a professora Glória Caputo se mantém esperançosa. "Estou confiante, ainda acredito que teremos o apoio necessário para manter o nosso projeto".

 

 

 

 

Repertório da apresentação da Orquestra Sinfônica Jovem Vale Música, na reinauguração do Casarão da Trindade:

1.   Beethoven – 5ª Sinfonia – 1º Movimento

2.   Johan Strauss – Danúbio Azul

3.   Von Suppe – Cavalaria Ligeira

4.   J. Gimenez – As Bodas de Luis Afonso

5.   Villa Lobos – O Trenzinho do Caipira

6.   Lorenzo Fernandes – Batuque

7.   Carlos Gomes – O Guarani (Abertura)

8.   Johann Strauss (Pai) – Marcha Radetzky

 

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