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O representante do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas – Unodc - para o Brasil e Cone Sul Bo Mathiasen proferiu, no início da noite de hoje, 13, a palestra “Política Social da ONU para Prevenção do Crime e Controle de Drogas na Brasil e Cone Sul”. Ele iniciou fazendo uma abordagem histórica sobre as conferências sobre drogas no mundo, relembrando a Comissão do Ópio de Xangai - China – que foi a primeira conferência internacional sobre o assunto, em 1909. Em seguida vieram outras, até chegar na Convenção de Tráfico Lícito de Narcóticos, em 1988, onde foi concluído que o problema das drogas deveria ser tratado como um problema mundial.
Em 1997, a Unodc foi criada na Áustria - Viena -, e hoje atua em mais de 150 países. Em seguida, Bo mostrou o Relatório Mundial de Drogas, mostrando dados, como a estabilidade dos mercados de drogas, a tendência global do consumo de drogas ilícitas, o aumento no consumo de drogas na América do Sul, Central e o Caribe. “Grande maioria do cultivo de coca e produção de cocaína são nessas regiões”, afirma o diretor.
Em relação a apreensão de drogas na América do Sul em 1999, os países que mais a fizeram foram Colômbia, Equador e Venezuela. Bo Mathiasen explicou as mudanças nos fluxos de cocaína entre 1999 e 2009. “Antigamente ocorria mais na América do Norte, mas, devido a busca por outros tipos de drogas, o fluxo passou a ser na América do Sul”.
Nos continentes, consumem-se diferentes tipos de drogas. Na América do Sul são maconha e cocaína, na África é maconha, na Ásia é anfetemina, na Europa e América do Norte são vários tipos.
Os oito princípios básicos da ONU para prevenção do crime e das drogas são: liderança e apoio do governo, desenvolvimento e inclusão socioeconômica, cooperação e parcerias, sustentabilidade e transparência, base de conhecimento, respeito aos direitos humanos, interdependência e diferenciação.
Além disso, ele mostrou algumas das ferramentas da Unodc para a prevenção do crime, como a Rede Global da Juventude, Segurança com Cidadania e Jovem de Expressão. “Só com prevenção e investimento que podemos pensar em ter uma redução nos crimes e drogas”, conclui Bo.
Em seguida, o Defensor Público Geral do Estado, Antônio Cardoso criticou a desiguldade de tratamento entre pessoas de diferentes classes sociais. “Quando é um pobre o suspeito vai preso, quando é mais ou menos de dinheiro fica no mais ou menos, e quando é rico não vai preso”. Ele ressaltou que o combate às drogas foi realizado durante muito tempo como se fosse questão militar. “Só ultimamente que vem se tratando como questão de saúde pública”, afirma. Ele conclui que só com desenvolvimento econômico é que pode melhorar a qualidade de vida das pessoas e reduzir os usuários de drogas.
O presidente da palestra foi o advogado Clodomir Araújo Junior, a relatora a advogada criminalista Ivanilda Pontes e o convidado foi o professor Ivanilson Rayol.
Sobre o palestrante:
Bo Mathiasen, dinamarquês, é o representante do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC) para o Brasil e o Cone Sul. É mestre em Ciência Política e Economia pela Universidade de Copenhague e especialista em Desenvolvimento Econômico pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro