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O convênio, que garantirá a OAB um espaço de duas horas semanais na programação para veiculação de matérias jornalísticas institucionais, editadas pela Assessoria de Comunicação da Ordem, em linguagem jornalística e formatação adequada para divulgação radiofônica, foi assinado na manhã desta terça-feira, 17, no salão nobre do edifício-sede, durante cerimônia de lançamento da Web Rádio Jus, o mais novo canal de comunicação do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA).
A rádio, que entrou no ar oficialmente hoje, em caráter experimental – é uma ferramenta essencialmente jornalística que tem por objetivo dar cristalinidade às ações do Justiça paraense.
A cerimônia de lançamento foi transmitida ao vivo por meio da programação que está disponível pela rede mundial de computadores, no endereço eletrônico http://www.tjpa.jus.br. As notícias produzidas diariamente pela Web Rádio Jus serão disponibilizadas a mais de cinco mil emissoras de rádios de todo o País para download dos áudios
Segundo presidente da seccional da Ordem no Pará, Jarbas Vasconcelos, essa iniciativa da presidente do TJPA é muito positiva. “Essa iniciativa não nos surpreende pelo desassombro, pela grandeza que ela (a desembargadora) descortina em sua gestão. É uma gestão forte, parceira, que tem encontrado na OAB também uma resposta positiva.”, disse ele.
Para Vasconcelos, a gestão da presidente Nadja empolga a advocacia. “A inauguração desta rádio demonstra a capacidade para liderar o sistema de justiça do nosso Estado no qual nos inserimos. Nesse momento, estamos nos sentido muito a vontade e confortáveis, por mais essa parceria que vai dar certo com certeza absoluta, sob a liderança da presidente Nadja.”, afirmou.
Programação
A rádio apresentará entrevistas, reportagens, transmissões ao vivo de sessões do Pleno, decisões colegiadas das Câmaras Cíveis e Criminais e curiosidades sobre a história do judiciário, além de espaços reservados ao Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT 8ª Região), Ordem dos Advogados do Brasil - seção Pará (OAB-PA), Defensoria Pública do Estado do Pará e Ministério Público do Estado do Pará (MPE-PA). Os convênios foram assinados durante o lançamento.
Na grade, estão ainda previstos programas diários, como "Justiça Informa" (radiojornal), "Palavra do Magistrado" (talk show com juízes e desembargadores) e o "Bom Dia, Presidente" (mensagem semanal da Presidente para os servidores, magistrados e jurisdicionados).
Durante a cerimônia, a desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento, presidente do TJPA, afirmou que “a atividade fim, aqui no Tribunal, é julgar e não fazer rádio. Mas todos, na ares da globalização, precisamos mostrar ao mundo que o sentido de justiça existe e deve, cada vez mais, ser ampliado. As pessoas precisam saber que o que se passa nos Tribunais, porque isso garante a todos não a transparência, mas a cristalinidade e nossos procedimentos.”
A Presidente do TRT da 8ª Região, desembargadora federal Odete Alves discursou em nome dos parceiros da programação da Web Rádio Jus. Segundo ela, "a proposta do egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Pará, que nos brinda com essa parceria, contribui para que possamos buscar ainda maior efetividade aos direitos estabelecidos e consagrados em nosso ordenamento jurídico, o a Justiça do Trabalho tem, por meio dela, possibilidade de levar ainda mais informação á população paraense e brasileira”, afirmou.
Para acessar a rádio: http://www.tjpa.jus.br
Confira, abaixo, a íntegra dos discursos:
Discurso da presidente do TJPA, desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento
Senhores convidados, em especial os que nos acompanham neste sonho de Rádio Web.
Senhores servidores
Minhas senhoras e meus senhores
Este é um momento histórico para o poder judiciário paraense.
Depois de um longo processo de preparação, que demandou de nossa equipe um esforço hercúleo, estamos colocando no ar a rádio web do Tribunal de Justiça.
A criação desta emissora coincide com a criação do novo portal, que foi desenhado já com o propósito de abrigar uma emissora de rádio.
Optamos pelo sistema web. Porque vivemos num mundo sem fronteiras.
Os modelos convencionais de transmissão de voz não estão superados e jamais estarão, mas se podemos ir mais longe, por que começar, tentando vencer limitações primárias?
A web, hoje, nem mais futuro é.
A web, se me permitem divagar um pouco, avança tanto, que, se duvidarmos, o que ontem era tecnologia de ponta, amanhã pode ser apenas começo de novos avanços.
Começamos bem, porque começamos falando para o mundo.
Digo mundo, referindo- me ao planeta terra, mas esse mundo pode- e deve- ser entendido como o mundo do jurisdicionado.
Numa rápida consulta peito pelo Google, descobrir que, espalhadas pelos cinco continentes, há milhares e milhares de emissoras como a nossa.
Na França, elas são distribuídas, inclusive, por cidades ou regiões.
E por mais que esteja, fisicamente, de nós, é a ele, ao jurisdicionado, que devemos servir. Afinal, ele é a causa número um da existência do judiciário.
Nos estúdios da antiga PRC- 5, o pioneiro Edgar Proença mandou colocar uma placa, informando que fazer rádio era atividade tão normal quanto qualquer outra, para que os que lá trabalhavam não se achassem- imagino eu- realizando algo cuja importância podia, pelas circunstâncias histórias, ser superdimensionada. Afinal, a PRC-5 , por muito tempo, a única emissora do Estado.
Hoje, fazer rádio continua a ser trabalho como qualquer outro, mas uma rádio que fala para o mundo todo não exatamente assim.
Essa ideia de falar para o mundo data de antes da origem da invenção de Marconi, que, lamento dizer, entrou para história como tendo sido o inventor do rádio, mais não foi. Da edição de julho de 2007, da revista Superinteressante, pincei uma informação que, nesta hora, julgo da maior importância reproduzir.
Os senhores, como quase todos nós, devem ter aprendido que o inventor do rádio foi um italiano chamado Guglielmo Marconi. Mas, provavelmente. Pouca gente ouviu de Roberto Landell de Moura, o padre brasileiro responsável por fazer em 18949( dois anos antes de Marconi) uma experiência pioneira de radiofusão- mas que acabou menosprezado pelos registros históricos.
Nascido em Porto Alegre e educado em Roma, Landell foi a São Paulo exibir seu invento ao público- e tentar arrumar um patrocinador. Ele transmitiu a voz humana por 8 quilômetors em linha reta, da avenida Paulista atá o Alto de Santana, na zona norte da cidade. ( Detalhe: o rádio inventado por Marconi só transmitia sinais telegráficos.) Ainda assim, o sucesso do experimento não se converteu em muito dinheiro.
Em 1900, Landell repetiu o experimento - agora na presença de jornalistas e de um representante do governo britânico. A notícia repercutiu, mas não do jeito que ele planejara: alguns religiosos se indignaram quando souberam que um padre estava fazendo “bruxarias”. Dois dias depois da transformação, meia dúzia de fiéis invadiu do modestp laboratório do religioso paras quebrar todos os seus aparelhos.
No dia seguinte, o padre foi tentar a sorte no EUA, onde impressionou a comunidade científica. Eis que o esperado dinheiro parecia estar chegando: empresários americanos ofereceram uma fortuna a Landell. Só que, patriota ferrenho, ele recusou. O padre acreditava qua as invenções pertenciam ao Brasil. Ele conseguiu patentear suas invenções em 1904. Tarde de mais: já o havia feito em 1896.
Ao voltar para o Brasil, Landell tentou mais uma vez convencer o governo a financiá- ló. Seu plano incluía uma demonstração envolvendo dois navios da marinha. Ao ser perguntado sobre a distância que os navios deveriam ficar longe um do outro, o padre perdeu uma incrível chance de ficar calado. Sua resposta foi: “Coloquem- nos na mair distância possível, pois esse invento um dia permitirá até conversas interplanetárias!” Foi o suficiente para ser taxado de louco por querer falar com ETs. Desiludido com a falta de apoio, acabou abandonando a ciência e dedicando- se exclusivamente á vida religiosa.
Nossa atividade fim, aqui no Tribunal, é julgar e não fazer rádio. Mas todos, na ares da globalização, precisamos mostrar ao mundo que o sentido de justiça existe e deve, cada vez mais, ser ampliado.
As pessoas precisam saber que o que se passa nos Tribunais, porque isso garante a todos não a transparência, mas a cristalinidade e nossos procedimentos.
Hoje, até as sessões do Supremo Tribunal Federal são mostradas, ao vivo e sem cortes, para o Brasil, através da rádio e da TV Justiça.
No âmbito estadual, o Tribunal já transmite as sessões de quarta-feira, quanto o Pleno se reúne.
Nossos julgamentos são vistos no mundo todo, através da internet, pelo portal do Tribunal.
As segundas e terças, quando as câmaras cíveis e criminais se reúnem, também transmitimos as sessões.
Tudo que julgamos aqui está à disposição de quem se interessar.
O nome disso, senhoras e senhores, não é transparência. É cristalinidade.
A internet leva para todos os locais a verdade do que acontece no plenário. A nossa rádio web Jus terá essa idêntica função.
A programação da rádio será essencialmente jornalística, com foco nas ações do judiciário estadual e no trabalho de nossos parceiros, o Tribunal do Trabalho, o Tribunal Eleitoral, a Defensoria Pública, o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil, sessão do Pará.
Todos, juntos, formamos o que poderia chamar de defesa da lei. Juntos, mostramos ao mundo o nosso trabalho.
Até o aparecimento da internet, o rádio era o veículo de comunicação mais rápido que havia. Com a internet , o quadro sofreu alteração, mas rádio a situação voltou ao estágio inicial.
Se repararmos, a maioria dos grandes portais possui uma emissora de rádio. E isso não é coincidência, nem modismo.
O rádio e a internet juntos cumprem, com impressionante velocidade, a missão de informar. De mobilizar as pessoas. Quem já esqueceu das recentes manifestações populares, convocadas pelas redes sociais, seja no Brasil, seja no mundo árabe?
Agora, colocamos nossa web rádio Jus em pleno funcionamento pleno, depois de duas semanas de testes, para informar ao mundo a rotina do judiciário.
Muito tenho a agradecer á minha equipe, porque como sempre digo, sozinho não se faz nada.
Também agradeço a confiança de nossos parceiros e ao trabalho da agencia web rádio, que tem estado conosco o tempo todo, cuidando para a programação e a transmissão sejam, de fato, de primeira linha.
Mais do que uma emissora de rádio, a nossa web rádio Jus integrará um sistema de agência de notícias, que disponibilizará, para mais de cinco mil emissoras de todo o Brasil – de forma gratuita – quatro reportagens diárias do poder judiciário paraense.
Essa, agora, é a grande novidade do sistema de transmissão de rádio web. Não apenas temos uma programação que inclui música – muita música – e notícia - muita notícia – mas temos ao nosso lado milhares de estações, que poderão, sem custo algum, usar nossos serviços.
Por tudo isso, senhoras e senhores, é que retomo o primeiro momento desse pronunciamento de abertura da emissora: vivemos um instante histórico.
E para que essa hora seja revestida da solenidade necessária, eu declaro no ar, de maneira oficial, a web rádio Jus, do Tribunal de Justiça do Estado do Pará.
Muito obrigada.
Discurso da presidente do TRT da 8ª Região, desembargadora federal Odete Alves
O rádio é a ferramenta de comunicação mais utilizada pela população em geral, especialmente em um Estado como o nosso, em que as grandes distâncias geográficas atuam como um elemento a mais para dificultar o tráfego da informação e o consequente acesso da população ao Poder Judiciário, especialmente aquela que reside nos locais onde a estrutura governamental de proteção ao trabalho ainda não se faz presente.
Neste contexto, acredito que a rádio web que ora nos é apresentada vem com o importantíssimo papel de aprimorar o intercâmbio de informações entre o cidadão e o Poder Judiciário, fazendo com que os esclarecimentos sobre direitos básicos, deveres e os meios jurídicos existentes para protegê- los possam chegar diretamente á casa de todos, concretizando o comando constitucional de acesso á Justiça.
A proposta do egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Pará, que nos brinda com essa parceria, contribui para que possamos buscar ainda maior efetividade aos direitos estabelecidos e consagrados em nosso ordenamento jurídico, o a Justiça do Trabalho tem, por meio dela, possibilidade de levar ainda mais informação à população paraense e brasileira.
Por tudo que está proposto e cuja efetivação agora se percebe, parabenizo a presidente do TJE, desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento, e agradeço a oportunidade de caminharmos lado a lado nessa empreitada, nós da Justiça Trabalhista e todos os demais parceiros que ora se juntam nesse valoroso projeto.
Fotos: Paula Lourinho