A ação da seccional paraense foi anunciada pelo presidente Jarbas Vasconcelos hoje (05) à tarde, durante entrevista coletiva concedida à imprensa, no plenário Aldebaro Klautau, na sede da instituição. Na oportunidade, o presidente da Ordem adiantou ainda que solicitou uma audiência com o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Pará, Luiz Fernandes Rocha.
Diante dos jornalistas, Jarbas Vasconcelos revelou acreditar que o atentado sofrido por três advogados ontem (04) na Alça Viária possui relação com o fato dos profissionais terem atuado na defesa de um cidadão acusado de homicídio no município de Abaetetuba e afirmou: “Isso nos dá a medida da violência que se abate, lamentavelmente, em nosso estado!”. E ainda emendou: “Quando nós somos atingidos, é o direito de defesa, de cidadania que é atingido. Se nós recearmos em defender o cidadão por conta da violência, significa que a violência vai aumentar.”
O presidente da Ordem enfatizou que a instituição espera que as autoridades ligadas à Segurança Pública do Pará respondam ao ataque que alvejou os advogados, “como respondeu no caso do nosso colega que foi assassinado em Cametá (Fábio Teles), cuja sentença de pronúncia dos réus - tanto dos assassinos quanto do mandante - já foi publicada, assim como deve apresentar o desfecho do caso do assassinato do nosso colega Jorge Pimentel, em Tomé-açu.”
Jarbas revelou que nos últimos 15 dias dois advogados, que militam no interior do Pará, procuraram a OAB para pedir proteção de suas vidas em função das ameaças que estão sofrendo. “Nós estamos vivendo, lamentavelmente, dias onde a fúria da violência não se contenta em abater somente aos acusados, mas também a nós, advogados”, ponderou o presidente, completando: “É preciso que nós encontremos formas de proteger aqueles que defendem à cidadania.”
Conselho Federal da OAB
Em entrevista concedida por telefone, Leonardo Accioly, conselheiro federal e presidente da Comissão Nacional de Defesa de Prerrogativas e Valorização da Advocacia, informou que “diante dos casos de violação dos direitos profissionais dos advogados ocorridos no Pará, o Conselho Federal da Ordem irá nomear um conselheiro e membro da comissão que eu presido, de preferência da região norte do país.”
O ouvidor geral da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Bruno Teixeira, também por telefone, lamentou o fato ocorrido e que o Pará ganhe notoriedade por meio de casos que reúnem essas circunstâncias. Teixeira ainda ressaltou que “mais uma vez, é necessário que seja promovida uma ação conjunta entre a OAB e órgãos ligados à Segurança Pública no Pará.”
O vice-presidente da OAB, Alberto Campos, o diretor-tesoureiro, Eduardo Imbiriba, a ouvidora geral, Ivanilda Pontes, e o presidente da Comissão de Defesa de Direitos e Prerrogativas, Leonardo Mota, e diversos membros da referida comissão também participaram da entrevista coletiva.
Fotos: Paula Lourinho