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OAB apura denúncias de agressão em presídio de Itaituba

A presidência da OAB-PA, por meio da Comissão de Direitos Humanos e da presidente da subseção da Ordem em Itaituba, Cristina Bueno, está acompanhando atentamente a repercussão e apuração das denúncias de que detentos do presídio do município localizado no sudoeste do Pará, foram agredidos por policiais do Grupamento Tático da Polícia Militar durante uma inspeção.

O caso veio à tona no último sábado (23) depois que familiares dos detentos decidiram permanecer em vigília em frente ao presídio e acionaram a advogada Cristina Bueno. A iniciativa foi tomada logo após o cancelamento de visitas, ocorrido em virtude da fuga de sete presos ao longo da semana. De acordo com a presidente da subseção da OAB, a direção do presídio só permitiu a entrada de alimentos para os detentos.

Agressão

Ainda segundo Cristina Bueno, os familiares relataram que na última sexta-feira (22), policiais do Grupamento Tático da PM permaneceram por mais de 8 horas dentro do presídio e violentaram os detentos. Diante disso, a advogada, dois advogados criminalistas e um integrante da comissão de Direitos Humanos da subseção em Itaituba reuniram, ontem (23) à noite, com o diretor do presídio, Márcio Ferreira, que não autorizou o grupo a checar as condições dos detentos.

Após intensa negociação, a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe) autorizou que a comitiva liderada por Cristina Bueno visitasse alguns detentos. “Visitamos apenas 4 detentos no parlatório do presídio. Eles apresentavam péssimas condições físicas, pois estavam com hematomas, dedos quebrados, tanto das mãos quanto dos pés”, descreveu Cristina. A advogada ainda informou que ouviu dos detentos. “Eles disseram que os policiais do Grupamento Tático usaram spray de pimenta, balas de borracha e bombas de efeito moral”.

Conforme os relatos dos detentos, um agente prisional acompanhava os policiais do Grupamento Tático durante a ação. Além disso, os quatro detentos visitados pela comitiva lembraram que os policiais estavam todos encapuzados e cobriam seus respectivos nomes nos uniformes com faixas. Cristina Bueno informou também que quatro presos já receberam atendimento médico no Hospital Municipal de Itaituba.

Providências

A presidente da subseção revelou que um dos objetivos agora é visitar e verificar as condições físicas de três detentos que não possuem familiares, bem como interceder junto ao juiz da Vara Criminal de Itaituba para que os detentos sejam submetidos a exame de corpo de delito. “Com a ajuda, orientação e influência do presidente Jarbas Vasconcelos e da presidente da Comissão de Direitos Humanos, Luanna Tomaz, estamos nos mobilizando, de modo que o juiz determine a realização do exame. Caso contrário, será difícil comprovar que houve a agressão”, observou a advogada.

Tensão

Até o momento, seis detentos já foram recapturados. Contudo, a situação dentro do presídio ainda está tensa. Hoje (24), segundo informação repassada por Cristina Bueno, os detentos já atearam fogo nos colchões que existem nas celas, exigindo que os demais presos feridos recebam atendimento médico.

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