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O caráter vinculante nos recursos especiais

O advogado Henrique Mouta, procurador do estado do Pará, Doutor em Direito pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e Pós-Doutor na Faculdade de Direito de Lisboa, mostrou as contradições da justiça seguir o caráter vinculante no julgamento de matérias repetidas, durante o minicurso "Prática dos Recursos Especial e Extraordinário", no segundo dia da VI Conferência dos Advogados do Estado do Pará, nesta quinta-feira, 11, no Hangar.

Mouta tratou da análise prática do recursos especial, deixando o recurso extraordinário para ser abordado na continuidade do minicurso, na próxima sexta-feira, 12, que será ministrada pelo advogado e professor Jean Carlos Dias, Doutor em Direitos Fundamentais e Relações Sociais.
 
"Estamos vivendo um momento de mudança e ampliação do caráter vinculante dos tribunais superiores, com destaque ao projeto de lei do Novo Código de Processo Civil, em trâmite no Senado. O novo código, que está em processo de aprovação, vai ampliar o caráter vinculante e trazer mudanças substanciais em como ver o processo e como ver a jurisdição brasileira", destacou Mouta ao auditório lotado.
 
Ao avaliar a força dos precedentes, o procurador demonstrou como desconstituir o caráter vinculante das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) quando a decisão superior não atender a efeito difuso e concentrado. "A Fazenda pública faz isso o tempo todo, seja na esfera federal, estadual ou municipal, pois são os que mais lidam com matérias repetitivas". Ele alertou que quanto maior a repetição da matéria, menor a liberdade de interpretação do magistrado, cabendo ao advogado demonstrar que os casos não são idênticos ou, ainda, reafirmar o acerto da decisão superior."
 
 
 
Fotos: Carlos Borges

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