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DEU NA IMPRENSA - G1 Amazonas

25/01/2015 18h16 - Atualizado em 25/01/2015 19h18

Comitiva da OAB-PA chega ao AM para acompanhar caso de advogado morto

Jakson Silva, presidente de subseção da OAB no PA foi morto em Manaus. A Ordem no Estado paraense acredita em crime encomendado.

 

oab-pa

Uma comitiva da Ordem dos Advogados do Brasil do Pará (OAB-PA), que acompanhará caso do assassinato do advogado Jakson Souza e Silva, de 45 anos, desembarcou em Manaus na tarde deste domingo (25). Jakson, que era presidente da Subseção da OAB) em Parauapebas - município do Pará a 719 km de Belém - foi morto com um tiro de escopeta no fim da noite de sábado (24) em uma rua da Zona Centro-Oeste da capital do Amazonas. A diretoria da Ordem no Pará acredita que o crime foi encomendado.

Jakson Souza e Silva era presidente da Subseção da OAB em Parauapebas, município do Pará (Foto: Divulgação/ OAB-PA)Jakson Souza e Silva era presidente da Subseção
da OAB em Parauapebas, município do Pará
(Foto: Divulgação/ OAB-PA)

O presidente da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos, o conselheiro seccional, Robério D'Oliveira e o vice-presidente da Comissão de Defesa das Prerrogativas da instituição, Rodrigo Godinho, estão em Manaus para acompanhar toda a investigação do caso.

O grupo está sendo acompanhado pelo presidente da OAB no Amazonas, Simonetti Neto. "Estamos resolvendo o processo de liberação do corpo para ser levado ao Pará, e lá seja velado e enterrado", disse Simonetti.

A comitiva da Ordem e a esposa de Jakson Silva devem ir para a Delegacia Especializada e Homicídios e Sequestros (DEHS), na Zona Oeste de Manaus, para conversar com o delegado plantonista. Em seguida, o grupo deve se reunir com delegado-geral do Amazonas, Orlando Amaral.

Crime
O assassinato ocorreu por volta das 23h40 na Rua 15 de Outubro, situada no bairro Redenção, Zona Centro-Oeste de Manaus. De acordo com a Polícia Civil local, a autoria do crime é desconhecida. No entanto, testemunhas afirmaram que a vítima foi abordada por dois homens em uma motocicleta, enquanto andava em via pública. Um deles efetuou o disparo, que atingiu o abdômen de Jakson Silva. O advogado chegou a ser socorrido por populares e levado ao SPA Alvorada, mas não resistiu aos ferimentos.

Ainda segundo a polícia, não foram levados pertences da vítima. Com ele, foram encontrados R$ 1.900 em espécie, um notebook e um smartphone.

Crime ocorreu na noite de sábado (24) em rua do bairro Redenção, Zona Centro-Oeste de Manaus (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)Crime ocorreu na rua que aparece nesta imagem,
situada no bairro Redenção, Zona Centro-Oeste de
Manaus (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)

Suspeitas
A diretoria da OAB-PA decretou luto oficial de três dias pela morte do advogado. A Ordem tenta, ainda neste domingo (25), a remoção do corpo de Jakson para o município de Parauapebas, no sudeste do Pará, onde ele será velado e sepultado.

O presidente da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos, afirmou ao G1 que o nome de Jakson Silva estava numa lista de pessoas ameaçadas de morte. "Tudo nos leva a crer que esse foi mais um brutal assassinato ligado ao exercício profissional da advocacia e que trata-se, portanto, de uma gravíssima violação das prerrogativas", afirmou Jarbas Vasconcelos.

Segundo presidente da OAB-PA, Jakson Silva investigava denúncias de improbidade administrativa na Prefeitura de Parauapebas. "Ele foi ameaçado gravemente por denúncias feitas em contratos de licitação na Prefeitura. Então, essa é uma linha que tem que ser investigada", disse ao chegar a Manaus.

Desde 2011, sete advogados foram assassinados no Estado do Pará. Segundo a OAB, são inúmeros os registros de queixa dos profissionais por ameaças de morte, entre eles o de Jakson de Souza e Silva, registrado no dia 10 de janeiro de 2014, após receber um bilhete ameaçador enquanto estava em um restaurante.

Há um ano, durante reunião que aconteceu na sede do Ministério Público em Belém, o presidente da Ordem, Jarbas Vasconcelos, apresentou dados que demonstravam a existência de organização criminosa contra advogados e políticos. A reunião aconteceu após denúncias divulgadas nos meios de comunicação de Parauapebas que afirmavam a existência de suposta lista de "marcados para morrer" naquele município, dentre os quais estava o nome do advogado Jakson de Souza e Silva.

Em ofício encaminhado ao Promotor de Justiça Coordenador do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado, Milton Menezes, a OAB explica que a ameaça foi denunciada por meio do "disque denúncia de Parauapebas" e por bilhete deixado em um restaurante no município.

O presidente da Ordem chama a atenção para o fato de que, em matéria veiculada sobre o assunto, um dos integrantes da lista, o jornalista Wandernilson Santos da Costa, que é um dos clientes do advogado Jakson em ações judiciais relativas a atos de improbidade administrativa no município, foi alvejado por dois pistoleiros na manhã do dia 13 de janeiro deste ano, ao sair de sua residência para trabalhar. Ele sobreviveu.

Jakson Silva
O advogado era formado pela Universidade Federal do Estado do Pará (UFPA). Ele deixou esposa e quatro filhos, o mais novo com apenas 18 meses de idade. No ano passado, durante a cerimônia de abertura oficial da VI Conferência dos Advogados do Pará, ele foi agraciado com a Ordem do Mérito Advocatício, a maior honraria concedida pela OAB do Pará.

Jakson Silva era natural de Santana do Araguaia, no Sul do Pará. Ele exercia a profissão em Parauapebas, localizado no Sudeste do estado.

Na manhã deste domingo (25), a Prefeitura de Parauapebas publicou nota de pesar sobre o falecimento do advogado no site institucional. "O Governo Municipal, que sempre se mostrou parceiro da OAB, se solidariza e une em oração aos amigos e família da vítima neste momento onde somente o Criador poderá trazer paz", diz trecho da nota.

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