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Crimes no Pará: Ouvidor da SDH propõe criação de Comissão de Monitoramento entre OAB e Segup

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Os casos de tortura aos detentos na casa penal de Itaituba e o assassinato do advogado Jorge Pimentel voltaram à mesa de conversa entre a OAB do Pará e a Secretaria de Segurança Pública do Estado – Segup, por meio de Luis Fernandes e o Delegado Geral da Polícia Civil, Rilmar Firmino. As denúncias foram levadas ao conhecimento público pela OAB-PA, que em audiência com a Secretária de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, em Brasília, formalizou um pedido de providências sobre os crimes.

Desta vez, em reunião que contou com a presença do Ouvidor-geral da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República - SDH, Bruno Teixeira e Igor Martini, Coordenador Geral do Programa de Proteção dos Defensores dos Direitos Humanos da SDHPR - que vieram a Belém atendendo ao pedido da OAB -  Jarbas Vasconcelos, presidente da Ordem, reiterou ao secretário Luis Fernandes e ao Delegado Geral da Polícia Civil, Rilmar Firmino, o pedido de informações sobre os casos.

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Diante do secretário e dos representantes da SDH, Vasconcelos expressou sua preocupação diante da “falta de informações sobre o andamento das investigações, especialmente, relativas ao assassinato do advogado.” Para o presidente da Ordem, as informações são importantes para que a OAB responda a contento tanto para dentro como para fora da instituição, e ainda para o Conselho Federal. “Hoje, só estamos ouvindo ‘tenham calma que estamos chegando lá’. Isso não é suficiente para a classe. Nós precisamos de informações concretas. Por isso, reafirmo perante aos senhores o interesse de saber o que realmente está acontecendo, em que pé estão as investigações.”
“Não temos detalhes sobre a investigação, mas peço que a OAB confie na polícia do Pará. “ pediu o Secretário, defendo o trabalho da polícia no Pará, segundo o qual, possui o maior índice de resolutividade de casos no país. “Nesse sentido, peço um prazo de 30 dias da abertura do inquérito para dar informações. Posso informar que as investigações estão andando”.

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Sobre a denúncia de tortura praticada por policiais militares contra os detentos do Centro de Recuperação Regional de Itaituba - CRRI - casa penal do município de Itaituba, no último dia 22 de fevereiro, o secretário disse que “Está trabalhando para melhorar o sistema, mas a precariedade do lugar onde acontecem os crimes é um agravante.”

“A exaustividade e a seriedade com que sempre foi tratada a segurança pública no estado também serão aplicados a esses casos”, afirmou o secretário, que acredita na “redução da impunidade, assim como na prevençãocomo algumas das medidas mais eficazes para a melhoria de segurança pública.”

Seguindo a mesma fala do secretário, o delagado Rilmar também tentou tranquilizar os advogados, afirmando que as investigações estão “andando”. “A polícia tem lá na região três delegados e três equipes trabalhando no caso. Já avançamos muito, estamos no caminho certo. Dentro em pouco tempo, concluiremos as investigações, mas não podemos antecipar muitos dados para não comprometê-las.”

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Decidindo aguardar o prazo legal de trinta dias para a conclusão das invetigações e encaminhar as informações ao Conselho Federal, Jarbas relevou que ficou “feliz” com a presença dos representantes da SDH em Belém, porém, confessou ainda não estar satisfeito. “Nós só estaremos satisfeitos quando os executores e os mandates estiverem presos.”

 

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“Uma comissão para acompanhar estes e outros tipos de crime - desde as investigações até a setença  - deverá ser criado entre as instituições”, propos o ouvidor-geral. “Nossa proposta é criar um instrumento que consiga fiscalizar e monitorar as medidas adotadas e a implementação da política de segurança pública diante das denúncias apresentadas”, afirmou Bruno, que completou. “Precisamos pensar uma forma de monitoramento conjunto: OAB e Segup.”

Jarbas propõe transformação da Susipe em Secretaria Civil

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Ao final do encontro, o presidente da Ordem já deixou uma sugestão para a próxima conversa com o secretário: a restruturação do sistema penal, pensando uma mudança cultural, começando com a revisão do corpo funcional da superintendência. “Nós sempre defendemos a Superintendência do Sistema Penal como uma secretaria ligada aos direitos humanos, com orientação civil e não militar, a exemplo de como é no Rio de Janeiro. Prisão não é lugar de tortura, é lugar de ressocialização.”, concluiu Jarbas.

Comitiva

Além do presidente da Ordem, participaram da reunião o vice-presidente da OAB-PA, Alberto Campos; o diretor tesoureiro da instituição, Eduardo Imbiriba; o conselheiro seccional, Cleans Bomfim; o presidente da Comissão de Defesa de Direitos e Prerrogativas, Leonardo Carvalho, acompanhado do vice-presidente, Rodrigo Godinho; a ouvidora geral da OAB-PA e presidente da Comissão de Atividades Policiais, Ivanilda Pontes e o assessor jurídico da Ordem, Rômulo Romeiro.

Fotos: Paula Lourinho

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