O presidente Jarbas Vasconcelos anunciou a disposição da Ordem hoje (06) pela manhã, na sede da Delegacia Geral da Polícia Civil do Pará, após a apresentação de Carlos André S. Magalhães - conhecido como “Tico”, e Wellington Ribeiro Marques - “Teco”, acusados de serem os executores do assassinato do advogado Jorge Pimentel e do empresário Luciano Capacio, no dia 02 de março, em Tomé-açu.
Em entrevista concedida a vários veículos de comunicação, Jarbas elogiou o trabalho efetuado pela Polícia Civil. “Foi feito um trabalho técnico, bem fundamentado, com provas materializadas, tanto que mereceu o deferimento do pedido de prisão preventiva de todos aqueles identificados como participantes do homicídio por parte do Tribunal de Justiça do Estado.”
Contudo, o presidente ponderou que a Ordem ainda está parcialmente satisfeita. “Nós iremos descansar só quando todos que participaram, deram apoio, executaram e encomendaram esses homicídios estiverem pagando sua dívida com a sociedade na prisão, e quando todos eles estiverem condenados.”
Ainda em conversa com os jornalistas, Jarbas Vasconcelos revelou que não ficou surpreso com o fato do assassinato possuir motivações políticas. “Desde o primeiro momento, essa era uma linha possível da investigação, a mais provável. E realmente, as provas técnicas colhidas pela polícia demonstraram as razões políticas, além de econômicas e pessoais.”
Investigações
Em breve explanação para a imprensa e diversos advogados que integram a Diretoria, o Conselho e das comissões de Defesa de Direitos e Prerrogativas e Meio Ambiente da OAB, o diretor de Polícia do Interior, o delegado Sílvio Maués, expôs algumas dificuldades enfrentadas durante as investigações, bem como de alguns detalhes que foram determinantes para capturar os dois acusados.
Inicialmente, o delegado admitiu que foi muito difícil encontrar testemunhas dispostas a colaborar com a apuração. Porém, a autoridade destacou que “a adoção de um conjunto de medidas contribuiu decisivamente para a somatória de informações, como escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, por exemplo”. Sílvio Maués ainda apresentou uma das armas de fogo utilizadas na execução do crime.
Acusados
Além de Carlos André (Tico), o “Andrezinho”, e Wellington Marques (Teco), o “Neném”, que foram capturados no dia 17 de março, na BR-316, na divisa do Pará com o Maranhão, o delegado informou que um terceiro executor já foi identificado nas investigações, mas preferiu não mencionar o nome dele.
Outros acusados que constam nos autos do inquérito são Raimundo Barros Araújo, o “Raimundinho” - empresário do ramo madeireiro e acusado de ser o agenciador do crime, e Jorge Augusto M. da Silva, acusado de auxiliar na fuga dos criminosos.
Prefeito
Os mais famosos da lista de acusados são o prefeito de Tomé-açu, Carlos Vinícius de Melo Vieira, e seu pai, Carlos Antônio Vieira. Inclusive, pai e filho, “Raimundinho” e Jorge Augusto já estão com a prisão preventiva decretada pela Justiça. De acordo com o delegado Sílvio Maués, o empresário Raimundo Barros Araujo estaria no estado do Amapá, enquanto que o prefeito Carlos Vieira teria pedido afastamento do cargo junto à Câmara Municipal alegando necessidade de tratamento médico em São Paulo.
Comitiva
O vice-presidente da OAB, Alberto Campos, o diretor-tesoureiro, Eduardo Imbiriba, o secretário geral adjunto, Nelson Souza, a ouvidora geral, Ivanilda Pontes, o conselheiro seccional, Dennis Serruya, o presidente da Comissão de Defesa de Direitos e Prerrogativas, Leonardo Mota, o vice-presidente da referida comissão, André Tocantins, e o presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB, José Carlos Lima, também estiveram presentes na Delegacia Geral da Polícia Civil.
Fotos: Paula Lourinho