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Caras pintadas, fantasias simbolizando fantasmas, políticos sujos e faixas das mais variadas formas. Eram essas as representação do protesto da sociedade paraense que esteve presente na Caminhada contra a corrupção, pela vida, pela paz, organizada pela OAB/PA na manhã deste sábado (28/05).
A caminhada contou com a participação de 15 mil pessoas, entre líderes de sindicatos, ambientalistas, ativistas, líderes partidários, estudantes e sociedade, hora indignada com os escândalos presenciados na Assembleia Legislativa do Estado (ALEPA).
Foi pouco mais de um quilômetro de caminhada. Percurso pequeno que uniu em Belém gente que veio de lugares mais distantes para se juntar à causa.
Comprovando que mesmo distante, a população quer providências no caso, Albar Amim, do Movimento Viseu, trouxe consigo mais 30 representantes, enfrentou uma viagem de seis horas para se juntar a marcha em protesto à corrupção, “Viemos nos unir à OAB e à sociedade paraense nesta luta contra essa vergonha que presenciamos na política paraense”, disse o líder daquele movimento.
“Estou cansada de tanta impunidade em nossa política. A nossa cidade está aos relentos porque o dinheiro que deveria ser investido vai para o bolso desses ladrões”, protesta Regina Góes, que enfrentou viagem de quatro horas, de Tailândia só para participar da caminhada.
Da frente da Ordem, o povo seguiu com passos firmes até a sede da Alepa. Lá, a sociedade cresceu em torno do trio que cobria o evento. Populares ergueram suas faixas e ecoaram palavras de ordem, indignados com as supostas fraudes envolvendo o deputados e funcionários da Assembleia Legislativa do Pará, que estão sendo apurados pelo Ministério Público do Estado - MPE e que mancharam a imagem do legislativo paraense.
Representantes da OAB, conselheiros, advogados, diretores foram os grandes condutores da caminhada, que uniu a sociedade para pedir a punição dos envolvidos no caso Alepa e instalação da CPI para apuração dos fatos naquela casa.
Albano Martins, diretor tesoureiro da OAB/PA, fez uma relação dos deputados que ainda não assinaram a CPI e instigou a sociedade a se perguntar o porquê dessa atitude por aqueles que foram eleitos para representar o povo. “Um dos objetivos dessa caminhada é exigir que os parlamentares desta casa assinem essa CPI, porque esta é uma luta do povo contra a corrupção, contra o mal uso do dinheiro público e nada mais justo que as pessoas que forma colocadas aqui pelo povo esteja presente neste momento”, disse.
Paraense, o presidente Nacional da OAB, Ophir Cavalcante declarou apoio incondicional à luta contra a corrupção do Estado, reafirmando o compromisso da Ordem dos Advogados do Brasil com a sociedade. “Este é um ato de afirmação da cidadania do povo do Pará. Povo esse que está cansado de tanta corrupção e desrespeito por parte de seus líderes. É um ato de resistência, um ato de luta pela dignidade do povo paraense e a OAB está unida com a sociedade em torno deste ato”, afirmou.
Ophir Cavalcante exaltou a força dos estudantes, líderes sindicais e trabalhadores que exercem suas funções dignamente, e que se sentem lesados, convivendo com uma política que não respeita a luta diária em troca de sobrevivência. “Não é justo, não é legal, não é moral que o dinheiro do povo paraense seja desviado ao bolso de alguns poucos que assumem a alcunha de representantes. Trabalhadores que lutam todos os dias merecem respeito, merecem mais reconhecimento por parte do poder público. Esses trabalhadores não podem aceitar que a política lhes deixem a mercê das mazelas sociais que presenciamos”.
O presidente da Ordem Nacional destacou o gesto da sociedade paraense em mobilizar-se e ir às ruas lutar por causas sociais, acreditando que essas atitudes de união e de força por parte do povo podem mobilizar atitudes contrárias a corrupção no país. “A corrupção precisa ser extinta do Brasil inteiro e o povo paraense está de parabéns por dar início a esta causa. Nós não podemos perder o senso de luta e de mobilização por uma sociedade mais justa. O Pará não merece esse tipo de representantes. O povo é maior do que essa corrupção. Vamos juntos dar um grito contra essa onda de corrupção no Estado”, concluiu.
Além de Cavalcante, os presidentes das seccionais do Amazonas e Maranhão também vieram a Belém juntarem-se aos paraenses especialmente para participar do ato. Mario Macieira, presidente da seccional do Maranhão, afirmou que a luta presenciada na manhã deste sábado e que levou milhares de pessoas às ruas, deve ser um incentivo para que novas manifestações sejam feitas no Brasil, com vista a diminuir a corrupção presente na administração pública. “Essa não é apenas uma luta da OAB do Pará, é uma luta nacional e nós das outras seccionais estamos de acordo com esse ato em prol da moralização na política”, afirmou.
Por sua vez, o presidente da seccional do Amazonas, Fábio de Mendonça, exaltou a iniciativa da Ordem e do povo do Pará que foram às ruas reivindicar a moralização na política. “A OAB é um órgão de prestígio e de confiança do povo e todos nós estamos juntos nessa luta contra a corrupção e a favor da paz, da ética e do direito. Queremos um Brasil mais justo e vamos nos solidarizar em torno desta mobilização”, disse.
Jarbas Vasconcelos, presidente da OAB, secção Pará, proferiu o discurso de encerramento agradecendo a participação de toda a sociedade e exaltando a beleza e importância do movimento para a reivindicação de uma sociedade mais transparente, com políticos comprometidos com o povo e com o desenvolvimento digno da sociedade. “Todos estão aqui com um propósito que é a luta contra a corrupção, contra o desvio de verbas, contra o roubo promovido por alguns políticos deste Estado. A OAB está junto com o povo nessa luta e não vai deixar de reivindicar a prisão de todos os envolvidos nesse esquema que arromba os cofres públicos e declina o bem estar da sociedade”, protestou.
A mobilização já foi iniciada, a OAB pretende colher 50 mil assinaturas para enviar ao Ministério Público, no dia 10 de junho. Hoje, durante o ato, já foram colhidas aproximadamente, de 8 mil assinaturas para as manifestações, que serão encaminhada ao MP, pedindo a prisão preventida e o seguestro dos bens de todos os que forem considerados culpados no caso Alepa.