Após a assinatura da “Carta de Belém”, o presidente Jarbas Vasconcelos fez um breve pronunciamento perante os jovens líderes da advocacia brasileira que compareceram ao evento e assegurou que a seccional paraense da OAB se mobilizará para que os advogados em início de carreira sejam considerados aptos também a concorrer aos cargos de conselheiros na instituição.

“Os advogados em início de carreira estão aptos a votar quanto aptos a serem votados. Não vejo porque esta restrição. Creio que assim como é possível ser eleitor, é possível ser candidato”, ponderou Vasconcelos, ao assumir o compromisso de no próximo de Colégio de Presidentes Seccionais, que será realizado em Recife, semana que vem, proporá que essa questão seja debatida pelo Conselho Federal da OAB.

A incansável luta travada pela seccional paraense contra a violação das prerrogativas na região também foi destacada por Jarbas diante dos jovens advogados. “O Pará é considerado hoje, pelo ‘Advogados Sem Fronteiras’, a região mais perigosa para se advogar no mundo. Temos aqui quase uma dezena de advogados assassinados nos últimos três anos e outros tantos ameaçados, que sofreram atentados em razão do exercício da profissão. Não podemos conviver com isso, não podemos tolerar isso”.

Nesse contexto, o presidente da OAB/PA pediu que os colegas pudessem pleitear, postular, pugnar sempre pela segurança da cidadania, da sociedade e, sobretudo, pela segurança dos advogados. “Sem os advogados, não existe carta de direitos fundamentais. Sem os advogados, não existe direitos humanos. Sem os advogados, não existe projeto constitucional, não existe projeto de nação, não existe projeto de Estado Democrático de Direito”.

Ao final do discurso, Jarbas afirmou que os advogados plasmam a vontade do constituinte, a vontade histórica. “Nós realizamos essa vontade, que ultrapassa os umbrais do presente. E nós não podemos sofrer tamanha restrição no exercício profissional e a violação maior da maior de todas as prerrogativas, que é o direito à vida”, informando que na Conferência Nacional dos Advogados, no Rio de Janeiro, terão dois painéis que tratarão de violência contra advogados no mundo, no Brasil e no Pará.