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No dia 28 de fevereiro, a
advogada Rafhaela Silva, integrante da Comissão de Defesa dos Direitos do
Consumidor da OAB-PA, representou a instituição na reunião extraordinária para
debater a atual crise do açaí, realizada pela Comissão de Direitos Humanos,
Defesa do Consumidor, dos Direitos das Pessoas com Deficiência, da Mulher, da
Juventude, da Pessoa Idosa e Minorias da Assembleia Legislativa do Estado do
Pará (Alepa). O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (DIEESE-PA) apontou que em janeiro o litro do açaí do tipo
médio teve um reajuste de 9,84%, em comparação com dezembro de 2023.
Um balanço comparativo dos últimos 12 meses (janeiro/2023-janeiro/2024)
verificou que o litro do produto obteve uma alta de 9,29%. Ainda segundo a
pesquisa, o preço ficou em uma média de R$19,82 no último mês do ano passado,
mas alcançou os R$21,77 em janeiro deste ano. Em sua manifestação, a advogada
ressaltou que a OAB-PA defende o livre comércio, previsto na Constituição
Federal - a prática de preços funciona como base na lei da oferta e procura.
Para diminuir custos e aumentar a produção, a representante da seccional
paraense sugeriu que os produtores de açaí criem cooperativas. Além disso,
defendeu o aumento da fiscalização e a responsabilização dos autuados, em casos
de crimes contra o consumidor e contra a ordem econômica. Quanto ao preço, a
advogada observou que é necessário checar se as motivações estão sustentadas na
racionalidade econômica reconhecidas pelo Direito.
Para finalizar, Rafhaela Silva pontuou que o CDC (Código de Defesa do
Consumidor) veda expressamente que o fornecedor de produtos ou serviços, dentre
outras práticas abusivas, eleve sem justa causa o preço de produtos e serviços,
(conforme o inciso X, ART. 39, do CDC). Em seus discursos, a advogada declarou
que "é preciso tomar medidas urgentes para que o açaí chegue à mesa do
consumidor paraense, não só com um preço justo, mas também com qualidade, assim
como garantir aos pequenos produtores, melhores condições de trabalho".